Doença de Capillaria: infecção intestinal transmitida por peixe cru

A capilaríase intestinal é uma helmintíase rara causada, na maioria dos casos, por Capillaria philippinensis. O verme se instala no intestino delgado e pode provocar desde quadros leves e autolimitados até diarreia prolongada com desnutrição. Apesar de pouco frequente no Brasil, casos esporádicos podem ocorrer em viajantes ou em regiões com hábito de consumir peixe cru ou malcozido.
Como se pega (transmissão)
A infecção ocorre principalmente pela ingestão de peixe cru, malcozido ou insuficientemente congelado que contenha larvas do parasita. Em áreas endêmicas, pequenos peixes de água doce ou salobra são os principais reservatórios. Uma característica importante desse parasita é a possibilidade de auto-infecção, o que pode aumentar a carga parasitária e prolongar os sintomas quando não tratado.
Sintomas mais comuns
O espectro é variável. Os quadros leves passam despercebidos, mas, quando sintomática, a capilaríase intestinal pode cursar com:
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diarreia crônica (muitas vezes aquosa);
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dor ou cólica abdominal, distensão e ruídos intestinais;
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perda de peso e apetite reduzido;
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fraqueza, cansaço e edema em casos de perda proteica (enteropatia perdedora de proteínas);
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alterações eletrolíticas (por perdas intestinais), podendo causar câimbras e mal-estar.
Em crianças e idosos, a desidratação e a desnutrição podem evoluir mais rapidamente.
Quando desconfiar
Pense em capilaríase intestinal quando houver diarreia persistente associada a consumo recente de peixe cru (sushi, sashimi, peixe marinado) ou viagens a áreas onde o hábito é comum. A presença de perda de peso, hipoalbuminemia (edema) e resposta insuficiente a tratamentos usuais para diarreia infecciosa fortalece a suspeita.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico costuma ser estabelecido por exame parasitológico de fezes, que pode identificar ovos, larvas ou vermes adultos. Como a eliminação nas fezes pode ser intermitente, muitas vezes são necessários exames de fezes seriados. Em serviços especializados, métodos de concentração aumentam a sensibilidade. Exames de sangue ajudam a avaliar anemia, hipoalbuminemia e distúrbios eletrolíticos.
Tratamento: simples e eficaz
A maioria dos casos responde bem a anti-helmínticos (como albendazol ou mebendazol) por período definido pelo médico, geralmente de alguns dias. Em quadros mais intensos, é essencial:
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hidratação e correção de eletrólitos;
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suporte nutricional para recuperar peso e proteínas;
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acompanhamento clínico para confirmar a resolução dos sintomas e normalização laboratorial.
A melhora costuma ocorrer em poucos dias, mas o seguimento é importante para evitar recidivas relacionadas à auto-infecção.
Prevenção: cuidados no consumo de peixe
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Cozinhar bem o peixe (cozimento uniforme até opacidade completa);
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Se optar por consumo cru, congelar adequadamente conforme normas sanitárias (freezing profundo) e adquirir de fontes confiáveis;
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Evitar preparo caseiro de peixe cru sem cadeia fria adequada;
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Atenção redobrada para gestantes, crianças, idosos e pessoas com imunossupressão.
Quando procurar avaliação
Se você apresenta diarreia por mais de 7–10 dias, perda de peso ou consumiu peixe cru recentemente, procure avaliação médica. O diagnóstico é simples, o tratamento é acessível e a resposta, geralmente, muito boa.
Clínica Pronto Gastro São Paulo
Responsável Técnico: Dr. José Luiz Capalbo – CRM: 71430-SP
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